Rubiaceae

Psychotria glaziovii Müll.Arg.

VU

EOO:

9.924,479 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no estado: RIO DE JANEIRO, municípios de Cachoeiras de Macacu (Finotti 69), Duque de Caxias (Silva 118), Guapimirim (Occhioni 5989), Magé (Nadruz 1996), Mangaratiba (Braga 6611), Nova Iguaçu (Braz 6), Paraty (Marques 94), Petrópolis (Duarte 1509), Rio Claro (Pereira s.n.), Rio de Janeiro (Glaziou 3027), Santa Maria Madalena (Costa 495), Teresópolis (Vaz 473).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Mary Luz Vanegas León
Revisor: Marta Moraes
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore e arbusto de até 4 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi coletada em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Densa Montana no estado do Rio de Janeiro. Apresenta distribuição restrita, EOO=8678 km², AOO=100 km² e oito situações de ameaça. No Rio de Janeiro a expansão da área urbana formal e informal sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem (Fernandes et al., 1999). Por ser situada em área urbana, a Floresta da Tijuca possui diversas estradas pavimentadas que causam efeito de borda e fragmentação da vegetação (Matos, 2007). Nos municípios de ocorrência da espécie a pecuária alcança até 42% da área total (Lapig, 2018). O fogo e o turismo são vetores de degradação importantes nas unidades de conservação onde a espécie ocorre (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014). Não são descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza e a espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). Diante o exposto, infere-se o declínio contínuo em qualidade de habitat, além de potencial redução nos valores de EOO e AOO. Assim, Psychotria glaziovii foi considerada Vulnerável (VU) de extinção neste momento, demandando ações de pesquisa (tendências e números populacionais) e conservação (estabelecimento de UCs e programas de conservação ex situ).

Último avistamento: 2019
Quantidade de locations: 8
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Mueller Argoviensis, J., Fl. bras., 6(5): 267, 1881. Segundo o especialista da espécie a maior parte das espécies do gênero de Psychotria deverá ser transferida para Palicourea.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados quantitativos sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Densa Montana
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Arvore e Arbusto de 2,5-4 m de altura (Sucre 8590) que habita a Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Psychotria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14176>. Acesso em: 02 Dez. 2019

Reprodução:

Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (8):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present national high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,occupancy,occurrence past,present local high
O município de Santa Maria Madalena (RJ), com 81476 ha, tem 34037 ha (42%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). O município de Rio Claro (RJ) com 83726 ha possui 36% de seu território (30249 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 29 de novembro de 2018).
  2. Lapig, 2019 http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html acesso em 30 de maio 2019.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1 Fire & fire suppression habitat,occupancy,occurrence past local
Um incêndio provocado por um raio em janeiro de 2019 em Santa Maria Madalena, na Região Serrana, próximo ao Parque Estadual do Desengano, destruiu 20 ha da zona de amortecimento do parque (SF Noticias, 2019). O aumento da frequência de incêndios na Serra dos Órgãos (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014a) representa uma ameaça à espécie.
Referências:
  1. SF Noticias, 2019. http://www.sfnoticias.com.br/incendio-provocado-por-raio-ameaca-o-parque-estadual-do-desengano-em-s-maria-madalena (acesso em 02 de dezembro de 2019).
  2. IBAMA, 2014. Ibama combate incêndio no Parque Nacional Serra dos Órgãos. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-combate-incendio-no-parque-nacional-serra-dos-orgaos>.
  3. ICMBio, 2014a. ICMBio e Ibama trabalham para conter incêndio na Serra dos Órgãos. Meio Ambiente. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/10/icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter-incendio-na-serra-dos-orgaos>.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present local medium
O turismo desordenado afeta os territórios tradicionais na APA Cairuçu em em Paraty (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio, 2019. Plano de Manejo da APA Cairuçu. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/cairucu/images/stories/downloads/PM_APA_CAIRUCU_2-2019.pdf (acesso em 28 de agosto 2019)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,occupancy,occurrence past,present regional high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam significante redução da vegetação original. Os remanescentes florestais representam 17,5% do território do município do Rio de Janeiro, 29% Petrópolis, 32% de Duque de Caxias, 34,5% de Magé, 38% de Nova Iguaçu, 42% de Rio Claro e 76,5% de Paraty (SOS Mata Atlântica/INPE, 2010).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/INPE, 2010. Desmatamento por municípios 2008-2010.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present local medium
As florestas de Petrópolis e da Serra da Estrela, situada no município de Magé, são ameaçadas sobretudo pela expansão urbana (Costa et al., 2009, Tanizaki-Fonseca et al., 2009).
Referências:
  1. Costa, M.B., Simon, A., Araújo, A.F.B., Mendes, C.P.A., Salgueiro, F., Costa, J.M., Soares, M.L.G. & Moulton, T.P. 2009. Região urbano-industrial. Pp 327-337 in in Bergallo, H.G., Fidalgo, E.C.C., Rocha, C.F.C., Uzêda, M.C., Costa, M.B., Alves, M.A.S., Van Sluys, M., Santos, M.A., Costa, T.C.C. & Cozzolino, A.C.R. (orgs.). Estratégias e ações para a conservação da biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto Biomas.
  2. Tanizaki-Fonseca, K., Lorenzon, M.C.A., Gonçalves, P.R., Barros Filho, J.D., Cruz, E.S.A. & Rahy, I.S. 2009. Região serrana de economia diversificada. Pp 279-286 in Bergallo, H.G., Fidalgo, E.C.C., Rocha, C.F.C., Uzêda, M.C., Costa, M.B., Alves, M.A.S., Van Sluys, M., Santos, M.A., Costa, T.C.C. & Cozzolino, A.C.R. (orgs.). Estratégias e ações para a conservação da biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto Biomas.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present local medium
Áreas não urbanizadas, mas que não mais possuem as características originais de sua vegetação, são as áreas comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Rebio Tinguá (Teixeira, 2006).
Referências:
  1. Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá. Brasil.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PI), RPPN - Reserva Ecológica Rio das Pedras (US), Reserva Biológica do Tinguá (PI), APA Cairuçú (US), Parque Estadual do Desengano (PI), e Reserva da Petrobras.
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Vale do Paraíba - TER30 e Território Rio de Janeiro - TER32.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.